terça-feira, 1 de março de 2011

Estante #1 - Mensagens de Texto e Casarões Vitorianos

Já que eu não tenho mais nada sobre o que falar, vamos falar de livros. Espero que essa tag nova vingue -__-

Pra começar, uma salada de frutas composta de um mangá de ficção científica somado a um romance da Dona Austen.

Embora eu tenha um quilo de livros que já li e sobre os quais poderia falar, acho que é meio que trapaça se eu não li o livro com a intenção de escrever sobre ele =P

As imagens das capas foram tiradas DAQUI e DAQUI.

Vamos lá:


Voices Of A Distant Star (Hoshi no Koe)
Panini, R$10,90

Um resumo bem raso, com o mínimo de spoilers possível, para situar quem não tem nem idéia do que se trata:
Noboru e Mikako são colegas de escola, cursando juntos o ginasial. Os dois são amigos muito próximos e planejam ir para o mesmo colégio de segundo grau quando o ano terminar... Mas Mikako é escalada pela ONU para fazer parte de uma missão espacial, que tem como objetivo derrotar alienígenas hostis. Conforme o tempo passa e Mikako vai cada vez mais longe no espaço, os dois trocam mensagens.

Eu não vou mentir pra vocês: tenho um preconceito danado com ficção científica japonesa.

Acho que deve ser uma questão de choque cultural. Sou acostumada com Star Trek, Star Wars, Doctor Who, etc. e não me entra na cabeça o conceito de mechas. Sinceramente não entendo qual a razão dos japoneses enfiarem robôs gigantes em tudo que envolva espaço, viagens espaciais, batalhas interestelares e afins: se é pra os pilotos saírem na mão, desçam das suas naves e saiam na mão! Se é pra se explodirem, que usem naves espaciais normais, com torpedos, bombas de íon e a zorra toda! Pra quê fazer uma nave em formato de gente?

Enfim. Nunca li/assisti Evangelion, Gundam e nem clássicos do gênero. Guerreiras Mágicas tinha uma espécie de "mechas" (os mashins), mas é mais um mangá de fantasia com toques de elementos de RPGs e não pode ser chamado de ficção científica. Dei uma chance pra Eureka 7 e acabei desapontada. Mas como eu provavelmente gosto de sofrer, decidi comprar Voices Of a Distant Star.

Na verdade, o que mais me atraiu na hora de comprar o mangá foi o fato de ser one-shot. A história me pareceu interessante (embora o resumo da Panini na contracapa tenha sido extremamente pobre e eu duvido que realmente ajude a vender pro público médio de banca. Está mais fraco do que esse microparágrafo que eu escrevi aí em cima, sem brincadeira), era contada toda em um volume só e o preço não era absurdo... Então joguei fora o escorpião que mora no meu bolso e comprei. Depois descobri que o mangá foi baseado num OVA (coisa que parece ser comum nesse gênero, Eureka 7 também foi um mangá adaptado de um anime e não o contrário), mas nunca tive contato com a animação.

E vou falar uma coisa, não me arrependi de modo algum. Se Voices Of a Distant Star não conseguiu mudar todo o meu conceito dos mechas, pelo menos me fez ver que os japoneses podem sim fazer sci-fi de qualidade. O mangá toca e emociona na forma como mostra os sentimentos tanto da menina que - querendo ou não - abandona o seu planeta natal e do menino que fica para trás, se conformando com uma vida comum enquanto a melhor amiga vai conhecer as maravilhas do universo.

Também se fala de leve sobre questões mais abrangentes, como preconceito e aquela conhecida mania do ser humano de sentir medo do que não compreende inteiramente e que muitas vezes nos leva a agir de maneira violenta sem necessidade. É interessante ver todos esses pontos aparecendo, tudo intercalado à trama principal.

Uma das coisas mais interessantes em Hoshi no Koe é o fato da história ter um quê de "hard science fiction" (ficção científica com embasamento científico) que dá pra ver claramente quando se lê o Glossário (excelente) da Panini. O ponto do envelhecimento retardado no espaço é uma coisa tão conhecida e ao mesmo tempo tão pouco explorada em outras obras sci-fi que eu me peguei embasbacada, me perguntando como é que a gente muitas vezes não lembra disso.

Claro que o mangá tem batalhas e robôs, mas não é o foco. Voices Of a Distant Star é uma história sobre pessoas. Duas pessoas que se gostam, mas que sofrem com a distância e com a saudade... palavra tão particular da Língua Portuguesa que é retratada com perfeição nessa história japonesa.


Northanger Abbey
Penguin Classics, R$10,00 (foi o que eu paguei, embora acredite que possa ser encontrado por menos ainda atualmente)

Resumo rasteiro para quem caiu de pára-quedas:
"Catherine é uma moça de 17, incrivelmente comum e consequentemente pouco "heróica", que vê a sua vida mudar ao enfrentar os "perigos" de uma viagem a uma cidade turística com seus vizinhos. Catherine conhece personagens singulares e enfrenta adversidades - mas estas vão ser muito diferentes daquelas que ela imaginou a partir de suas leituras de romances."

Além de mechas, eu também tinha uma forte implicância com dona Jane Austen. Os motivos são muitos, mas acho melhor deixar pra falar sobre eles em outro post, senão vou acabar divagando e não vou terminar esse texto hoje.

Numa tentativa de dar uma nova chance pra Dona Austen depois de algumas experiências não muito legais com livros dela, comprei, entre outros, Northanger Abbey. E olha, o livro não é ruim.

É muito legal ver como a Austen tinha senso de humor. Não dá pra encarar Northanger Abbey como uma das "obras-primas" dela, porque o livro é uma completa paródia, e paródia das boas - imagino que o pessoal da época dela tenha achado ele absolutamente hilário. Numa tacada só ela critica diversas autoras de romance, críticos litrários, a estrutura social da época e faz uma caricatura de diversos tipos que certamente deviam existir na Inglaterra vitoriana.

Além disso tudo, a sua personagem de certa forma amadurece ao longo da história. Catherine é uma pessoa cheia de defeitos e posso afirmar que muitos ela ainda vai ter no final do livro, mas pelo menos a moça acaba percebendo que não dá pra confiar totalmente em sua imaginação: existe uma linha entre ficção e realidade que muitas vezes pode ser atravessada se nós não tivermos cuidado, às vezes trazendo consequências desastrosas.

A queixa que eu tenho é que a trama toda se desenrola, literalmente, no finalzinho do livro e tudo acaba ficando meio corrido.
Mas quer saber? Sem problemas. É um livro feito pra ser engraçado, então se ele ainda consegue contar alguma história, só digo que é um bônus.

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Então, eu tô pelejando pra terminar o Lord of The Rings 3, comecei Emma (também da Austen) e o primeiro da série de livros que deu origem a True Blood (que eu nunca vi P:). Aí vou ter alguns dias de folga onde espero pelo menos adiantar a leitura dos ditos e, se possível, volto aqui pra falar sobre eles. ;D

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2 Comentários:

Às 18 de maio de 2011 às 09:43 , Anonymous Anônimo disse...

Oi, estou dando uma passadinha no seu lindo blog. Gostaria de dar suas sugestões no meu? :)

http://splashcake.blogspot.com

 
Às 6 de julho de 2011 às 18:04 , Blogger Miguel disse...

Ah assisti o Ova de Hoshi no Koe recentemente, é muito interessante, o incrível é que todo o Ova foi feito por apenas uma pessoa, o cara é gênio mesmo.
Sobre o Eureka 7, ele é meio lento no início mesmo, nos 10 primeiros eps, mas depois vicia mesmo, pelo menos é o que meus amigos dizem, eu só assisti o Evangelion e esse é meu preferido concerteza, você devia tentar assistir, mesmo que não goste no início mas na minha opinião é um anime obrigatório.
^^

 

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